ORQUESTRA

Eu vi o Lino entre baquetas,pianos e sinos. Eu vi o Lino, garoto fragelo de sorrisso docê e voz estridente. O Lino negro,magrelo e nú...eu vi. De lá para cá, daqui para a lí. Nas mãos de um menino eu vi...eu violino

GUERRILHA

Esquartege poesias e jogue em terrenos baldios. Dispare milhares de cartas de amor a queima roupa e acerte corações. De a luz a musicas boas e as abandone no lixo. Plagie bons textos e polua a cidade entupindo seus boeiros. Sequestre escritores e peça livros em troca do resgate. Pirateie clássicos do cinema e distribua gratuitamente. Se arme com canetas,microfones,figurinos e informação. Contrabandeie cultura nacional para o primeiro mundo. Clone plinio marcos,paulo lins,clarice lispector,racionais e sabotagem. Furte museus e exponha suas obras por todas as esquinas. Aspire arte cem por cento pura e overdose sua alma. Vicie leitores,espectadores,ouvintes e nóias afins. Crie facções culturais e imponha toque de recolher para todas as crianças de rua do Brasil. Abuse do mundo ludico infântil e dos seus sonhos mais puros. Organize o crime desorganizado da cultura nacional. Seja mais um guerrilheiro da arte marginal.

SÓ FESTA

Sigo só no sofá da sala, no só maior da minha musica, no dó menor dos que me gostam, no lá de cá do que me resta, no si da nota que me testa...na solidão das minhas festas.